1.5.11

Chegando a hora

Celso de Almeida Jr.


Publicado no jornal A Cidade - Coluna Política & Políticos
Ubatuba-SP, 10 de junho de 2000


Apesar do frio, junho é quente. Estou falando de política.
Até o final deste mês teremos a escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre as coligações. Mas, por enquanto, vamos analisar os nomes. Após as convenções, poderemos discutir com maior segurança as chances de cada legenda para as eleições majoritárias (prefeito e vice) e proporcional (vereador).
Zizinho Vigneron, pelas notícias da hora, disputará. É preciso admitir que apesar de seu alto índice de rejeição ele conhece as vantagens da máquina pública. Isso lhe dá poder de negociação e o apoio, muitas vezes forçado, de várias lideranças comunitárias. A grande curiosidade está no candidato a vice. Lá atrás, antes de seu afastamento da prefeitura, era articulado o nome de Arimar Vieira. Seria uma alternativa inteligente. Arimar é competente articulador político, tem credibilidade, respeito e destaca-se por muitos anos de bons serviços prestados na Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Questões internas do PDT, partido onde está Arimar, inviabilizaram esta composição. Eu não queria palpitar, mas não resisto. Já pensou se o Zizinho (PPS) acerta com o PPB e lança José Lúcio Galvão como vice? Seria somar a força da prefeitura com a força do maior empresário da cidade. Jogo duro. Sem contar que a vitória dessa dobradinha representaria ter o José Lúcio "na bica" para ser prefeito. Existem muitas confusões jurídicas que Vigneron precisará driblar. Se tropeçar poderá, novamente, ser afastado. E, se der confusão...José Lúcio Galvão! Só uma perguntinha: PPS pode coligar com PPB? Ah! Como eu posso esquecer? Nesses assuntos, Zizinho é pós-graduado. Sempre há um PRP por perto.
Paulo Ramos (PFL) vem com todo apetite. Ao que parece, o vereador Moralino (PMDB) será seu vice. Boa opção. Conheço muita gente que é fã do vereador. Não é a toa. Realmente, ele é atuante. Mas não me animo em falar mais do Paulinho. Fiquei enojado com suas ações para implodir a candidatura de Vera Coutinho. Dizem que em política é preciso ser flexível. Deixo isso para os candidatos. Prefiro firmar posição. Não votarei em Paulo Ramos. Devo, porém, reconhecer: é forte candidato.
Nélio (PSDB) atua com cautela. Esta é sua maior qualidade. Observa, observa e observa. É aquela história. A política exige inteligência e perseverança. Estas qualidades ele tem. Ao confirmar Dilei (PSC) como vice, também ganhou pontos. Resta aguardar a resposta do eleitorado ao incansável trabalho da dupla. Aproveito para tirar algumas dúvidas. Fui "acusado" de fazer o "jogo do Nélio" pois não o critico em meus artigos. Não é verdade. Os leitores assíduos sabem que apoio a candidatura de Vera Coutinho para a prefeitura. Quero valorizar propostas novas. Além do mais, Vera é filiada ao PTB, partido que integro desde 1987. Preciso ser coerente. É necessário entender que tenho amizade e respeito por Nélio e dele recebo o mesmo tratamento. E mais: escrevo em seu jornal e não sou um articulista suicida. Se um dia discordar de sua conduta, deixarei de escrever no "A Cidade". Ele sabe disso.
Pedro Tuzino, ao que parece, ainda não definiu seu vice. Ouço muitos comentários sobre o petista. O mais frequente é que ele não tem o perfil de candidato do PT. Será? O Partido dos Trabalhadores vem mudando. Considero importante lançar candidatura própria. Fortalece o partido, estimula o debate e garante novas opções.
Vera Coutinho terá, nos próximos dias, a resposta definitiva do Diretório Regional do PTB, em São Paulo. É lá que será decidida a sua candidatura a prefeita de Ubatuba. Está nas mãos das lideranças petebistas esta importante decisão. Vejo em Vera a única opção de entusiasmar os eleitores para um nome novo, ideias novas. Quem a conhece deverá concordar comigo. Sua persistência, sua dedicação e sua luta para levar uma nova perspectiva aos ubatubenses merecem o nosso respeito e incentivo. Não fui eu, apenas, que percebi isso. Paulo Ramos também. Na dúvida, preferiu lhe armar uma rasteira. Não quer enfrentá-la nas urnas. Não tem coragem. O resto, é blá-blá-blá.

Indignação
Skank